Canto do Taiguara

O CANTO Do Pássaro Mais Livre Do Planeta!

28.8.05

SEM TAIGUARA, A VIDA, QUE PENA!













Os olhos não cansam de ver TAIGUARA.
O coração saltimbanca e se oxigena.
A alegria rodamoinha e se escancara
Mas sem Taiguara, a vida: que pena!

26.8.05

AUSÊNCIA DA POESIA














Jocimar

O fato concreto e sentido,
Único e bem pensado é um só:
A poesia retirou-se de mim!

E que rei-poeta sou
Sem a coroa da poesia?

Para chegar ela demorou,
Chegou impressentida
Mas nunca inesperada.

Para retirar-se ela nem pensou,
Ou pesou, o pesar que deixaria,
Retirou-se e pronto. Pranto.

E agora? Pergunto-me:
O que será de mim?
Que farei para amansar meus leões?

Meus carneiros quando voltarão
A passear em meu peito arfante?

Meu amor, dúvidas e reflexos...
Que serão deles? Coitados!

Quem amará a música-poesia
Do eterno Taiguara?

Quem abrirá minhas gavetas
Intrínsecas de inventos?

Meu passado verde
Quem o desembalsamará?

Quem?!

E quando eu caminhar pelas ruas
Tonto, triste e só,
Sem a poesia...,
Quem me levará de volta,
Esperançoso, para minha casa?

Quem?!

Quem conseguirá, novamente,
Que eu grite, desesperadamente,
Um socorro sorridente?

MANHÃ DE LONDRES














Taiguara

Pra você que só viu o pior
Que ficou na pior
Quando tudo mudou
Pra você esse som da manhã
Traz um verde melhor
Pra você que não pode aprender
Que se obriga a esconder
Quando a cuca vai mal
Amanhã com sempre é de sol
Mas não vai se r igual...
Inda era noite quando a vida despertou
E Natanhil acordou antes do Metrô
E um verde claro como um dente de sorriso
Amornig o tempo nevoento
Amorning cai sobre o cinzento
E sobre...
Pássaro mais livre do planeta
Pássaro mais livre do planeta
Pra você se a distância der dor
O seu despertador vai calar outra vez
Mas se o sol fizer Jonnhy cantar
Vai ser o amanhecer
Pra você com violeta of course
E a paz do quarto floor e a janela se abriu
E amanhã vai trazer leite e pão
Vai ser como o verão
Ah! Mas, é claro que vai ser como o verão
Ah! Mas, é claro que vai ser como o verão
Como o verão
Como verão...!

QUEM














Taiguara

Quem é que trouxe a esperança
Do fundo do anoitecer?
Quem fez a flor das infâncias,
Na dor, reaparecer?
Quem é que me olha e me amansa
De tanto riso e prazer
E goza e prosa e não cansa
De amar e quase morrer?
Mulher nua
Pomba no ar
No lar
Me faz refém
Dá fé pr’eu fechar o harém
Me faz neném
Teu sol, teu fruto, teu gen
Me faz alguém
O pombo amigo que vem
Voar também
Contigo até mais além

MEU DEUS!











Novamente a saudade maior bateu forte.
Eis-me reouvindo sua magistral obra.
Aplaco a saudade que invade a minha sorte
E confirmo a única vivás atenuante manobra.

Para esta saudade verdadeira - tão só minha -
A certeza que por outras plagas ele caminha


Então, amigo Tai:

A sua pele foi transformada em pétala de luz
Não perco o seu tempo e o amor que me conduz
Você está feliz, resplandecente como quê!
Ah! Eu ainda preciso, preciso muito de você!

O meu abraço de fé. Companheiro.

20.8.05

O AMOR DA JUSTIÇA

Depois de 14 anos ausente do Brasil, Taiguara volta
com esta canção: sei que também foi para mim e
para os demais taiguarianos; vejam...







Pois é.
Companheiro, não dá
Pr'a ver tanta injustiça
E estar a dizer "eu te amo"
Pr'a alguém que não vê.
Por isso esses anos.
Calado.
Por isso meus versos.
Proibidos.
Por isso não houve notícia
de mim pr'a você.

Pois é.
Já não quero cantar
esse amor sem justiça
que me CENSUROU
me CEGOU
pr'essa FOME em você,
que mesmo você
faz que esquece
e esconde de mim
que padece...

Cantar, sim.
Mas bem mais HONESTO
é LUTAR
Com você

12.8.05

OLHAR



Este olhar para o mundo
Este olhar a nos incentivar
Olhar longe, profundo
A nos olhar, a nos olhar...

jocimar

O MÚSICO



- Taiguara Chalar da Silva - 09.04.1974

Já estendeu pela mesa seus papéis
rabiscados de pautas e sinais
já encontrou por ali um sol maior
pra aquecer as prisões que o medo traz
já se embrenha na selva de bemóis
já procura outro fá que lhe fugiu
caçador de harmonias naturais
sua caça é um afuga e um desafio
e nos olhos lhe arde um cansaço
bebe um gole e morde um pedaço
e descansa o ardor sobre os braços
mas não quer parar (2° (bis)
mas não vai parar (stereo coral em leque)

Tá lá fora a dor que ele evita
tá lá fora o que ele acredita
dura tanto quanto se possa esperar
tá cá dentro seu livro professor
tá cá dentro a sua vontade de escrever
tá cá dentro seu livre harmonizar
e mais dentro, coragem pra dizer
e ele vai pro teclado conferir
melodias, estrelas e ravéis
e fazer mundos novos existir
em compasso e andamentos naturais
e seu ritmo convida a ser livre
seu amor se habitua a estar vivo
seu trabalho se paga durante
é o trabalho em si.

8.8.05

QUATORZE DE FEVEREIRO DE 1.996

Assim que soube que Taiguara nos deixou neste plano de vida,
no mesmo instante, escrevi:



QUATORZE DE FEVEREIRO DE 1.996
4:38 HRS

Morreu Taiguara
Único ídolo meu
Dor que não se compara
É como se fosse eu

Que o recebam sorrindo
Vinícius e Pixinguinha
E que esta dor minha
Vá logo se extinguindo

Vai ele para um recomeço
Já que a morte não é um fim
Recebem-no com apreço
Sérgio e Jacob do Bandolim

Taiguara morreu
Para nova dimensão caminha
Que não seja maior que eu
Esta dor tão só minha

COISAS

Taiguara



Coisas dentro em mim
Estão dizendo que estou vivo
Coisas que eu perdi
E agora encontro em você
Dentro de você
Há um mundo livre
Que eu preciso
E um sonho vivo em teu sorriso
Há uma viagem pra ficar
Pra não voltar

Ontem nos jornais
Eu li que o amor está morrendo
Hoje percebi
Que o mundo apenas esqueceu
Basta olhar pra si
Pra ver como eu vi
Meu amor nascer
Quando olhei pra mim
E só vi você

7.8.05

POEMA AO POETA

Izilda Fernandes



Eu te amo muito, e há muito...
Eu te amo tanto, tanto, e no entanto
Me contento em ouvir...
A sua voz, sinfonia...
a mais doce melodia
que alguém jamais escutou.

Amo teu poema doce,
Assim como se ele fosse,
Todinho feito pra mim..

Amo teus olhos meninos,
Pedintes de liberdade
Que em nome da verdade
Tantas vezes marejou.

Amo tuas mãos fortes,
no piano,
Tocando a alma
e o corpo,
que ainda sonha ser seu!!!!!

6.8.05

HECATOMBE



( Taiguara, em 11/10/1963)
(Poema inédito em tempos de estudante.
Não me recordo quem nos passou, mas
gostarei de colocar aqui o descobridor
desta relíquia de valor incalculável)


E viva eu para um sonho sem verdade...
E viva eu a verdade da ilusão...
E viva eu só, sem voz, descalço e nú...

E percam-se na noite os meus anseios
E sejam minhas luzes, meus receios
E deixe-se esvair em mim, meu ego
E a noite me estrangule em negro...E cego deixe-se-me cair
ruir
delir
todo o ardor antigo arfando inquieto
na fortaleza-(areia) de um afeto...
todo o mistério de um amor discreto...
toda a montanha de um amor sem teto...
deixe-se-me lembrar
e chorar
e brincar
no meu jardim de infância...Nuvem fria
de lembranças cruéis...Nuvem sombria
do pranto inútil na manhã tardia...
num canto fútil que não foi poesia!...