Minha memória emocional vive aos pulos, e recordar, leva-me ao tempo amado e abandonado: simbiose multicolorida que funde luzes em pisca-pisca na minha vida.
Lembro de uma apresentação na Avenida Paulista, feita por estudantes, atônito, comecei a perguntar: "Meu Deus, quem é esse cara?" Responderam-me: "Taiguara".
De lá pra frente... é até agora!
Depois, numa casa noturna em São Paulo.
Depois, na Rua dos Ingleses.
Depois, duas vezes em Santos (SP)
O chamado "Show da Volta" com 3 horas de duração, pais e filhos cantando junto com ele. Fiquei muito perto do piano, era quadra de esportes, gente por todo lado, nas arquibancadas e chão, assoprei algumas sequências de letra que ele se esforçava em lembrar..., fazia tanto tempo! Canções que a platéia pedia e ele a todos atendia, ao menos com o refrão, com um pedacinho. A saudade era muita, imensa, saudade de 14 anos e de notícias maldosas, mentirosas.
O milagre de tê-lo ali inebriava as pessoas... Noite esplendorosa! Ao término, abracei o Artista com emoção luzente e disse: "Obrigado por ter resistido tanto tempo"
Sem querer, sem saber que aliterava para o Mestre da Aliteração no cancioneiro brasileiro.
Ainda em Santos, mais uma vez, em outro local que não me lembro mais...Datas? Nem ouso precisar...
Tudo, hoje, me parece um sonho. Vocês hão de compreender e concordar que SONHOS, lembramos fragmentos, acabamos confundindo e misturando seqüências... e detalhes... Fica a rica essência.
Sonhos que insisto em sonhar.
Insistências que sonho em insistir.
Taiguariar é o meu destino/missão nesta encarnação. São 40
Outubros daquele primeiro encontro no Teatro da TV Gazeta. Ele, com 20 anos, ao violão, com carisma e força na interpretação. Era 1965(lembra-me a memória de minha irmã Margraci), ele começava convencer o moço-poeta aqui, então com 17, que com ideal e emoção poderíamos alterar a visão dos "comandados".
A justiça quando mostrada com verdade, amor, poesia magistralmente musicada, possue força retumbante. Que ameaça! A "vidadura" entendeu logo isto e tratou de
convidá-lo a retirar-se da Pátria que tanto amava e queria ver livre da repressão odienta.
Sinergia. Simbiose. Similitude.
Não sei que nome dar. Continuo vendo, lendo e ouvindo Taiguara.
MUDOU o vento, a vida, a minha voz,(não desatamos ainda e nem entendemos todos os nós)o verso cru, o impulso aflito de dizer que não! Mas, eu mesmo não mudei. Eu amo ainda pro amor sobreviver.
Pra justiça e igualdade de fato acontecer.
Pra justiça e igualdade para com meu semelhante(meu povo)crescer.
Eu insisto na manhã que ele perseguia...
