Canto do Taiguara

O CANTO Do Pássaro Mais Livre Do Planeta!

25.8.06

POEMA INÉDITO
















HECATOMBE

E viva eu para um sonho sem verdade...
E viva eu a verdade da ilusão...
E viva eu só, sem voz, descalço e nú...

E percam-se na noite os meus anseios
E sejam minhas luzes, meus receios
E deixe-se esvair em mim, meu ego
E a noite me estrangule em negro...
E cego deixe-se-me cair
ruir
delir
todo o ardor antigo arfando inquieto
na fortaleza-(areia) de um afeto...
todo o mistério de um amor discreto...
toda a montanha de um amor sem teto...
deixe-se-me lembrar
e chorar
e brincar
no meu jardim de infância...Nuvem fria
de lembranças cruéis...Nuvem sombria
do pranto inútil na manhã tardia...
num canto fútil que não foi poesia!...

( Taiguara, em 11/10/1963)