DEIXEM-ME
Dizem que sou muito medroso
Que minha poesia é feminina
Que eu poderia até ser poderoso
Se continuasse de onde ela termina
Dizem que eu para escrever poemas
Sou covarde e jogo só nas retrancas
Que disfarço tudo atrás de emblemas
Transformo o escuro em letras brancas
Que não me acho e nem me entrego
Sou covarde, só escrevo sobre flores
Dizem que a mim mesmo eu me nego
Protestam que só falo em beija-flores
Peço que me entendam como eu sou
Meus poemas são eu, brotam assim
Não intenciono escrever para conquistar
Deixem-me poesiar livre, em paz...
Pés lindos enfeitando as sandálias
Beija-flores bordando borbulhas
Cena obscena que se encena
Gestos amenos tateando o perdão
Quero é cantar e homenagear Taiguara
“Faz em fera a flor ferida”
“Vê como um fogo brando funde um ferro”
“A fossa, a fome, o fim do mundo”
“Tetas tesas recheando e retesando a teia do tecido”
Quero é resgatar e levar para meu povo, Taiguara.
Que sempre poesiou e cantou a esperança
Mesmo amordaçado foi livre e cantou o amor
Morreu amando o Brasil e suas crianças
Morreu por defender a justiça e a liberdade.
1 Comments:
At sáb. fev. 25, 05:18:00 AM, Anônimo said…
Ola Moina, ...
Parabens e que sua carreira
trace caminhos tao bons e que
percorra meios em que nosso Taiguara nao pode estar.
Faca valer o seu nome e suas raizes.
A voz e firme e nao se cala e
nao pode se calar ...
Beijos, ...
( ... la no outro lado, e covarde o verdadeiro, e uma tempestade, coracao e petroleiro ...)
Postar um comentário
<< Home